Sites Grátis no Comunidades.net Criar um Site Grátis Fantástico

DIA GLOBAL DO VOLUNTARIADO JOVEM DE FRANCISCO MORATO - SP



Total de visitas: 106622
MULHERES E DROGAS

Fuja deste problema
Para preencher o vazio da rotina doméstica ou compensar
o trabalho duro, recorre-se cada vez mais a remédios,
bebidas e drogas ilegais

• Pense bem


Para esquecer um dia difícil no escritório, umas doses de uísque. Para substituir o tempo que seria dedicado à academia, remédios para emagrecer. Compensações como essas parecem razoáveis para algumas mulheres. São saídas que podem trazer alívio momentâneo, mas não resolvem problema algum, principalmente se o caso envolve drogas ilegais. Muita gente se vicia sem motivos. É o que revelam estudos da psicofarmacóloga Solange Nappo, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “Em junho, entrevistei mais de duas mil mulheres. Delas, 84% tomavam com frequência remédios para emagrecer. Muitas eram magras”, conta.

Por que as mulheres apelam para as drogas? Para a psicóloga Helena Lima, consultora da Associação Brasileira Redutora de Danos, a resposta está nas pressões do convívio social. “Problemas de autoconfiança e de inserção na respectiva classe social influem diretamente nas decisões”, diz. A rotina conjugal também pode ser desculpa para a dependência química. “O homem resolve seus problemas afetivos procurando uma gatinha. A mulher costuma usar álcool ou drogas”, afirma Helena.

Outro fator que pesa sobre a mulher é o culto ao corpo esbelto, o que a direciona para os remédios de emagrecimento. “Basta ver tevê ou folhear revistas femininas para perceber a imposição da estética da magreza”, critica Solange, da Unifesp. Doenças como anorexia (a pessoa restringe exageradamente a alimentação por pensar que está acima do peso) e bulimia (compulsão de comer demais, seguida de indução ao vômito) podem ser o resultado desse abuso.

Uma causa orgânica que pode favorecer a dependência na mulher é o ciclo hormonal. Um estudo realizado pela Unifesp em 1999 revelou que quem está no período pré-menstrual não absorve tão bem os efeitos da cocaína. Isso porque nessa fase os níveis do hormônio estrógeno caem. Ele é uma das substâncias que ativam a dopamina, neurotransmissor relacionado ao prazer. Em taxas reduzidas, o estrógeno não cumpre esse papel. Dessa forma, a mulher não consegue ficar “alta”. Por isso, ela eleva o consumo, aumentando o risco de dependência e de overdose.

Como se não bastasse, a mulher tem dificuldade de reconhecer que se tornou dependente química. Para Solange, o homem se auto-absolve. “Já a mulher dificilmente vê retorno do seu estado”, completa. Dados do Programa de Orientação e Assistência a Dependentes, da Unifesp, mostram que para cada mulher que procura ajuda há nove homens que buscam socorro. Muitas vezes, a solução é a psiquiatria. No Brasil, há núcleos de tratamento específicos para as mulheres. As pacientes são atendidas por profissionais do mesmo sexo. “Alguns homens julgam as dependentes de modo preconceituoso, fazendo com que elas se sintam envergonhadas. Em grupos femininos, a retração costuma diminuir”, explica Solange. É uma forma de estimular a mulher a seguir a terapia até se livrar do problema.

FONTE:http://www.terra.com.br/istoe//especiais/especial_mulher/drogas/drogas_01.htm